Casaco preto de LÃ cai e suja-se de marron,
agarrado por unhas vermelhas postiças que
logo envolve o pescoço fino que salpicado de
sardas carrega a garganta seca da bela.
Visão ofuscada, voz tremula num verso
recitado de melancolia. Saliva demora, mas
doce riacho que desce essa vala refresca agonia.
Ponta de língua alcançando uma lágrima no canto
da boca faz do sal a faísca que provoca e transborda
a mina à tão esperada saliva que agora escorre pelas
costas do amor gemendo por fim o prazer da dor.
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