Thursday 11 June 2009

Espelho da escola


Onde sorríamos em dobro.

Gestos, gírias, caras, caretas engraçadas e manias.

Anéis, alianças de compromisso feitos apenas com o desejado,

planejado pelo subconsciente que acreditava que o futuro era

distante.

Na lente da camera a alegria sublime, extrema.

Espelho respingado de agua que escorria sobre a boca

feita de baton e brilho.

Conversa seguida de riso, riso seguido de gritos felinos.

Sentadas no chao, conversa fora, descascar o esmalte barato,

hora do almoço...

Talvez eu tenha esquecido o nome e o endereço de todas elas,

mas me lembro o quanto fomos felizes,

o quanto os sonhos eram verdadeiros,

o quão verdadeiro eram os amores.

Wednesday 10 June 2009

Lendas e tendas

Moderar linguagem
Segurar vontades
Armar tendas de ilusões onde eu possa meditar
Lendas que fizemos parte
e que nos levaram a acreditar
Seu corpo pra apreciar
levou esse tempo todo
pra reencontrar
Lendas e tendas
pra contar e armar
Dentro delas
nos acharemos
de volta ao mundo
bem devagar

Tuesday 9 June 2009

Agua e sal

A tua infância parece tão longe agora...
Mas tenha calma!
Teus olhos continuam puros e tua pele fresca,
manipulando o tempo e atrasando a hora.
Meu coração cheio não consegue se expressar mais,
vive calado, forcado a se encolher e calar-se mais
profundamente velando a espuma que se desfaz,
pequenas correntes feitas de minúsculas bolhas de
oxigénio, agua e sal... o fosco no lugar do brilho, o
medo no lugar do chão, a prata coberta de chumbo,
ferrugem, farelo e sermão.
A força sem escolha então, substituída a ferro e fogo
somente por uma fração..: de minutos, de dores, de
ardor, incolor, sem pudor...
Olhos cegos que sabem onde vão,
fechados na escuridão não,
Monitor pra um coração sem perdão
nas mãos de quem já perdeu a razão.

Thursday 4 June 2009

Ate a vontade passar


Inquieto, tranco todas as portas e possibilidades
da mais penetrante agonia, que mesmo assim espera
que sob a fúria de sí eu me renda a tal superiodade
por meio das circunstancias. Perdido em meio
arrogante vapor que sopra esse rosto nobre que sofre
calado, mas que busca a sorte entre as frestas e ranhuras
nas paredes do castelo que ela mesma projetou. Busca essa
à muito perdera a urgência e hoje...engole o choro sem lamúrias
enxugando uma ou outra lágrima.